quarta-feira, 22 de junho de 2011

1º de Maio

Às vezes você não precisa pensar muito para fazer as coisas, nem sempre tudo que é planejado ocorre de acordo. Quando me dei conta já estava dentro do ônibus, imerso em pensamentos, entre toda uma única pergunta estava presente “e se?”. Ela dançava e pulava em minha cabeça como um fã do Elvis vendo um show ao vivo do seu rei. Fazia-me ir do mais empolgante pensamento a mais profunda dúvida, fazia meu semblante se irradiar e ficar tenso em centésimos de segundos. Mas não poderia ficar imaginando coisa, pois nunca se quer chegamos perto da realidade assim. Avistei pessoas conhecidas no caminho, o que só aumentou minha ansiedade. Até que enfim cheguei ao meu destino. Primeiramente tudo nos conformes, nada surpreendente ou fora do normal, nada mais do que uma conversa meio tímida de boas vindas, detalhes sobre o que seguiria. Muitas alternativas, mas nenhuma decisão. Ficamos assim por um bom tempo, deixamos que a moeda decidisse por nós, pois nada mais justo que o destino escolhesse nosso rumo. Como sempre fizemos o que queríamos, deixamos que ele se sentisse no controle pelo menos uma vez. A noite tinha odores diferentes, claro que cada um veio no seu tempo. Primeiramente um cheiro de Xis Burger me consumiu por inteiro, um momento mágico entre homem e carne de boi (ainda serei vegetariano, claro). Porém, logo trocado pelos ares dos filhotes fofinhos e da modernidade e tecnologia, tudo isso rodeado pelo aumento absurdo do preço do “miojo”.  O ar frio da noite nos invade novamente, mas desta vez com um intrigante aroma de baunilha, algo que rendera comentários sarcásticos para o resto da vida, com certeza. Depois de muitas chamadas não atendidas e uma dúvida sobre o próximo passo, apenas caminhamos. Deixamos que o impulso nos levasse, e tudo isso na companhia fiel de um pequeno e orelhudo cachorro de rua. Nossos passos nos levaram rapidamente para casa, mas antes tive uma aula de como identificar o ativo e o passivo de uma relação homossexual - só estando presente pra se entender-. Uma vez em casa, tento colocar todos os pensamentos do dia em ordem, nada melhor que mantê-los organizados, cada palavra, sorriso, idéia e até cada pensamento depressivo que se pode ter quando não se tem o que quer. Vejo-me no fim da noite, sentado e dividindo um prato de brigadeiro, algo que anima qualquer pessoa - creio eu-. E depois de tudo, quando estou prestes a me entregar ao cansaço, meus olhos não tinham mais nem forças para se abrir, no meio de toda aquela escuridão, escuto um rouco e sincero “boa noite”, o qual me deu a completa sensação de gratificação, que fez valer a pena todo cansaço e estresse do dia, pois momentos como esses só se tornam especiais quando divididos com a pessoa certa.

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